Bocas caladas e choros contidos, talvez sejam
essas as memórias mais presentes, e ainda tão meninas, que vivem em nossos
braços carregadas contra nossa própria vontade. É impossível viver no presente,
sem ser o passado. Pelo simples fato de ainda permanecer tudo aqui: o pai que
apanhou, o menino que gritou, a mãe que chorou. Nossas famílias ainda são
aquelas famílias. O golpe ainda nos golpeia.
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Descrição para cegos: Fundo com jornais e frase destaque “1964 50 ANOS DO GOLPE MILITAR” |
E neste ano, parte da imprensa, na feliz
competência de rememorar o regime militar, "inocentemente" estampou
em suas manchetes o aniversário de 50 anos do golpe de 1964. De imediato, me
veio mais um tapa na cara. Outro golpe, mais uma vez, também da mídia.
A-N-I-V-E-R-S-Á-R-I-O? De quê? De quem? A meu ver, os aniversários sempre foram
motivo de alegria, bater palmas e soprar velinhas. Aniversário, prudentemente,
seria estampar os 29 anos do FIM da opressão que se instaurou no país, e não o
começo, se esforçando para resgatar as memórias que sentem a necessidade de
serem faladas. As memórias dos corpos que se foram, dos desaparecidos políticos
e dos cidadãos de ideais.
Em busca, pois, da relação
da mídia com o golpe militar de 64, e de ressaltar seu combatente papel frente
ao governo de João Goulart, o Observatório da Imprensa elaborou um material
especial em alusão à data que ainda vive entre nós. (Normando Junior)
acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=x3LJYYKaw2s
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