sexta-feira, 28 de abril de 2017

Poemas do cárcere

Descrição para cegos: foto do livro citado no texto
 em cima de outros livros. A capa do apresenta
 uma parede de tijolos que lembra os 
muros da prisão e, sobre ela, estão
 escritos os nomes da obra e do autor.
Por Cibelle Torres

Vanderley Caixe procurando pelo sono ou recordando-se de Dionila camponesa; atormentado na pequena cela ou passeando por entre outros presos no pátio da prisão; pensando no novo homem que vive para o capital ou tomado pelo silêncio quando chega a noite em Presidente Wenceslau, narra por meio de 19 poemas os momentos vividos por ele enquanto esteve na prisão.
Em 1969, na região de Ribeirão Preto, Vanderley e alguns jovens estudantes, operários e camponeses foram presos e torturados, porém, mesmo encarcerados, seguiram lutando por meio de denúncias, protestos e greves de fome; e, entre lutas e torturas, os poemas foram surgindo.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Indígenas e ditadura: história contada em livro

Descrição para cegos: imagem da capa do
livro, contendo 3 retângulos, que trazem, cada
um , o título, o autor e o nome da  coleção
"Arquivos da Repressão no Brasil" 
Ao fundo, aparece um rosto masculino cortado
em diversas partes.

Por Marisa Rocha


       Nos 21 anos em que a Ditadura tomou conta do Brasil, a população como um todo foi prejudicada de inúmeras maneiras. Porém, nesse período, alguns grupos foram mais atingidos do que outros. Entre eles, os indígenas, personagens principais do livro Os Fuzis e as Flechas - História de Sangue e Resistência Indígena na Ditadura. 
       A obra, recém lançada, narra o sofrimento dos índios ao longo da Ditadura, trazendo depoimentos e registros de diversas tribos. A maioria dos relatos contém informações inéditas.
      Durante um ano, o jornalista e autor do livro, Rubens Valente, viajou por dez estados brasileiros para reunir as informações. Entre elas, as diversas formas como os índios tiveram suas vidas ceifadas pela repressão. 
       Foram entrevistados sertanistas, missionários e os próprios índios, ao longo de 14 mil quilômetros percorridos de carro por Valente. O repórter visitou também dez aldeias do Amazonas, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. 
     

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Dom Marcelo Carvalheira para derrubar o regime

Descrição para cegos: foto de Dom Marcelo
jovem, de batina, olhando para a câmera.
Por Marcella Machado

“Não basta que não haja ditadura, é preciso que haja um tipo de governo que se preocupe com as causas do povo, da grande maioria. Essas causas são causas de Deus”. Assim falava o sacerdote que foi preso e torturado durante o Regime Militar no Brasil. Dom Marcelo Pinto Carvalheira viveu 88 anos. Em 25 de março de 2017 expirou.
Pelas mãos de Dom Hélder Câmara, Dom Aloísio Lorscheider e Dom José Maria Pires, em 1975, ordenou-se bispo. Ao lado de Dom Hélder lutou na defesa dos mais pobres e das causas sociais. No auge dos Anos de Chumbo abrigou militantes políticos e líderes católicos perseguidos.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

A Ditadura na Baixada Fluminense

Descrição para cegos: imagem mostra a capa do
livro "A Baixada Fluminense e a Ditadura Militar -
Movimentos sociais, repressão e poder local".
Consiste do título da obra em letras grandes,
sobre um fundo esmaecido de um alambrado.
Foto: Divulgação.

Por Marisa Rocha

O período da Ditadura Militar afetou a vida dos brasileiros em diversos aspectos. Alguns deles, como a política, estiveram na linha de frente no que diz respeito à repressão. O governo municipal de Nova Iguaçu, por exemplo, sofreu grande interferência militar. A cidade teve diversos prefeitos com mandatos cassados, quando estes se mostravam contrários ao governo dos militares. 
O procedimento era o seguinte: a Câmara Municipal, sob ordens dos militares, abria um processo pedindo o afastamento do prefeito em exercício, alegando que havia irregularidades no governo. Após alguns meses afastado, o prefeito era destituído do cargo e substituído por um interventor, indicado pela repressão. Vale ressaltar que na maioria desses casos as acusações não eram investigadas, tampouco comprovadas.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Da prece às ruas

Descrição para cegos: a imagem mostra o convite para a missa
 de 7° dia de Alexandre Vannucchi. Foto: DCE Livre da USP.

Por Cibelle Torres

São Paulo, 30 de março de 1973. Mais um dia comum do Regime Militar; violência, censura e terror ainda faziam parte do cotidiano dos brasileiros. Porém, naquela sexta-feira um movimento diferente acontecia na Catedral da Sé.