domingo, 24 de dezembro de 2017

SNI - olhos e ouvidos da ditadura


Descrição para cegos: símbolo do Serviço Nacional de Informações. Consiste nas iniciais SNI colocadas nos intervalos de 4 formas reproduzindo as colunas do Palácio da Alvorada.


Por Marina Ribeiro 


Menos de três meses após o golpe militar, em 13 de junho de 1964, foi criado o Serviço Nacional de Informações (SNI). Esse órgão, diretamente ligado à Presidência da República, funcionava como uma rede de espionagem, com poder absoluto e agências espalhadas em vários estados. Além das agências, havia também escritórios que facilitavam a troca de informações.
O primeiro chefe do SNI foi seu idealizador, o general Golbery do Couto e Silva. Dois presidentes militares dirigiram o SNI: João Figueiredo (comandou a Agência Central) e Emílio Médici (foi chefe do órgão).

O SNI mantinha vigilância de cidadãos brasileiros dentro e fora do país, atuando nas embaixadas através do Centro de Informações do Exterior (CIEx). Em todos os órgãos da administração federal havia setores ligados à agência, inclusive nas universidades, onde funcionavam as Assessorias de Segurança e Informação. À frente desses setores estavam, geralmente, um militar da reserva.
Além de trocas de informações, o SNI atuava no monitoramento e perseguição aos setores de oposição, armazenando fichas das pessoas consideradas suspeitas.
Para desempenhar seu trabalho, os agentes conhecidos como secretas (agentes treinados pelo SNI que se infiltravam em vários setores públicos e privados) e os chamados cachorros (voluntários que faziam o serviço esperando algum tipo de favor), utilizavam grampos telefônicos, censura postal e coleta de documentos.
Um dos principais pilares da Ditadura militar, o SNI foi extinto em 15 de março de 1990, no governo Fernando Collor.

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