Descrição para cegos: foto da bandeira do
movimento
LGBT, formada por faixas horizontais com as cores do
arco íris, levantada em um mastro e balançando com
o vento.
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Por Bruna Ferreira
Por volta dos anos 60, movimentos de
liberação sexual ganharam força na Europa e nos Estados Unidos. Apesar do
discurso proposto por esses grupos repercutir no Brasil, o período foi marcado
pela repressão aos grupos de resistência LGBT que tentavam se organizar.
O Estado exigia que os cidadãos seguissem um
padrão de moral conservador e fez com que homossexuais e travestis fossem
perseguidos e presos por policiais, sob a alegação de defesa da moralidade
defendida pelo governo. A comunidade LGBT vivia, assim, um medo constante.
A moral defendida pelo Estado foi usada
também como pretexto para censurar as artes com temática LGBT. A televisão,
meio de comunicação mais massificado na época, era que sofria mais censura, pois
os militares acreditavam que a abordagem de temas ligados à homossexualidade
podia corromper os jovens, além de associar o tema a pornografia.
Livros foram proibidos, músicas foram vetadas
e peças de teatro e filmes tirados de cartaz pelo mesmo motivo. Periódicos voltados
para temáticas da comunidade LGBT também foram impedidos de circular durante a
ditadura.
Como se não bastasse a interdição do tema
pelo governo militar, o movimento LGBT também sofreu preconceito dentro dos
movimentos de resistência à ditadura. A esquerda brasileira rejeitava assuntos
que não colocassem a luta contra o regime militar como prioridade – assim como
acontecia com o movimento LGBT, acontecia também com o movimento negro.
Só em 1978 surgiu o primeiro coletivo em
defesa dos direitos da comunidade LGBT, o grupo Somos, e em 1979 ocorreu no Rio
de Janeiro o primeiro encontro para debater a necessidade de incluir o respeito
à orientação sexual na Constituição. E apesar das primeiras tentativas datarem
o ano de 1976, o terror instaurado pela ditadura tornou o momento inviável.
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