Por
Marisa Rocha
O período da Ditadura Militar afetou a vida dos brasileiros
em diversos aspectos. Alguns deles, como a política, estiveram na linha de
frente no que diz respeito à repressão. O governo municipal de Nova Iguaçu, por
exemplo, sofreu grande interferência militar. A cidade teve diversos prefeitos
com mandatos cassados, quando estes se mostravam contrários ao governo dos
militares.
O procedimento era o seguinte: a Câmara Municipal, sob ordens dos militares, abria um processo pedindo o afastamento do prefeito em exercício, alegando que havia irregularidades no governo. Após alguns meses afastado, o prefeito era destituído do cargo e substituído por um interventor, indicado pela repressão. Vale ressaltar que na maioria desses casos as acusações não eram investigadas, tampouco comprovadas.
O procedimento era o seguinte: a Câmara Municipal, sob ordens dos militares, abria um processo pedindo o afastamento do prefeito em exercício, alegando que havia irregularidades no governo. Após alguns meses afastado, o prefeito era destituído do cargo e substituído por um interventor, indicado pela repressão. Vale ressaltar que na maioria desses casos as acusações não eram investigadas, tampouco comprovadas.
A Igreja Católica também sofreu sob a atuação dos militares. Dom Adriano Hypolito,bispo da cidade de Nova Iguaçu na época, foi um dos personagens principais da luta contra a Ditadura na Baixada Fluminense. Em certa ocasião, o religioso foi sequestrado, despido e pintado com tinta vermelha – uma referência ao comunismo – como forma de intimidação.
Histórias como essas estão reunidas no livro A Baixada Fluminense e a ditadura militar – Movimentos sociais, repressão e poder local, lançado pela Editora Prisma, e mostram como o regime ditatorial interferiu diretamente na vida das cidades dessa região do Rio de Janeiro.
O livro, organizado por pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), descreve acontecimentos, até então desconhecidos, do período ditatorial na Baixada. A publicação narra também a atuação dos dois grupos de repressão existentes na referida região: o que os organizadores chamam de “oficial”, exercido pelos próprios militares; e o “não oficial”, realizado pelos esquadrões da morte. A obra é resultado da união de diversos trabalhos feitos ao longo dos últimos dez anos, como dissertações, teses e relatórios de comissões da verdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário