quinta-feira, 28 de abril de 2016

A mídia internacional e o impeachment da presidenta Dilma

Descrição para cegos: A imagem mostra o placar "7 x 1" em destaque. Na parte superior esquerda, acima do número 7, há um globo intitulado "mídia internacional". Na parte superior direita, acima do número 1, há o logotipo da Rede Globo intitulado "mídia coorporativa nacional". Abaixo do placar estão as hashtags #MicoGlobal e #DesligueOGolpe

Por Iago Sarinho


A cobertura internacional sobre o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, além de causar efervescência e debates contundentes na sociedade brasileira, vem sendo acompanhado com destaque pelos principais veículos de comunicação do mundo.
Periódicos de destaque e redes de comunicação como o “The New York Times” (EUA), “BBC” (Inglaterra), “Le Monde” (França), “The Economist” (Inglaterra), “CNN” (EUA) e El País (Espanha), têm acompanhado de perto as movimentações do cenário político no Brasil. E por incrível que pareça, tem saído desses meios as fontes mais isentas e completas na cobertura do caso.



A mídia brasileira é historicamente vinculada com interesses externos e diretamente ligada a movimentos como os que levaram ao golpe militar em 1964. Nesse sentido, boa parte dos maiores veículos brasileiros tem feito uma cobertura pouco isenta da situação nacional, tomando partido direto na situação e utilizando suas estruturas informacionais para literalmente mobilizar as massas em torno de um dos lados da disputa. Por conta desse interesse direto no resultado do processo, a cobertura em âmbito nacional tem deixado de lado debates importantes sobre o sistema político brasileiro.
Na contramão disso, a imprensa internacional tem dado destaque ao envolvimento direto da maior parte do Congresso Nacional com a corrupção que os mesmos agora julgam e o fato de que, ao menos até agora, diferente da maior parte dos deputados que votaram sim pelo prosseguimento do processo de impeachment, do Vice Presidente Michel Temer e do Presidente da Câmara dos deputado, Eduardo Cunha (estes últimos, 1º e 2º na linha sucessória à presidência), a presidenta Dilma não foi ligada à nenhum processo de corrupção.
A expectativa e preocupação externa sobre os rumos da política brasileira e o Brasil é tão grande que tem dividido páginas e capas com o acirrado processo eleitoral americano. A análise externa tem se pautado, além do sistema político completamente comprometido no Brasil, com as implicações para a política externa global e para a economia brasileira, que afeta diretamente relações na América Latina e em todo o mundo.
De um modo geral, a leitura é que ao menos, até que se prove o contrário, a presidenta Dilma, que não se enquadra no jogo da corrupção, tem sido julgada por corruptos e que esse processo tem enfraquecido a já frágil democracia e contribuído para o esfacelamento das instituições no país, além de afetar a credibilidade e confiança externa no Brasil enquanto uma nação capaz de resolver suas questões internas.  



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