Descrição para cegos: a foto mostra Paulo Giovani recebendo arquivos de Manoel Pereira de Macedo Neto. |
Por Edgley Lemos
O acervo é referente à Agência de Pernambuco, que cuidava também da Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte durante o regime militar. Além do acervo do SNI, a comissão recebeu também o acervo pessoal do ex-deputado Antônio Augusto Arroxelas.
Criado em 1964, logo após a instauração do regime militar, o SNI só foi extinto no governo do presidente Fernando Collor de Melo, em 1990. Durante esses 26 anos de atuação, o órgão produziu milhares de documentos sobre todos aqueles que atraíam o interesse da Agência Central, em Brasília.
Na Paraíba, todos aqueles que tinham envolvimento ou mesmo eram suspeitos de ligações com os movimentos populares, eram investigados. Entre eles, o líder estudantil da década de 1960 eleito vereador da cidade de João Pessoa em 1963, Antônio Augusto Arroxelas, que teve seu mandato cassado no dia 3 de abril de 1964, poucos dias após o golpe militar. Com a redemocratização, ele chegou a ser eleito deputado estadual.
Em seu arquivo pessoal, encontram-se, inclusive, anotações de como foi o seu deslocamento para Recife e, em seguida, para a prisão na ilha de Fernando de Noronha.
A entrega do acervo pessoal de Arroxelas foi feita pela sua família, na ocasião representada pelo seu filho, o professor Manoel Pereira de Macedo Neto, do IFPB - Campus Cabedelo. De acordo com o presidente da Comissão Estadual da Verdade, Paulo Giovani Antonino Nunes, todos os arquivos serão digitalizados e disponibilizados no Memorial da Democracia, a ser criado.
Já o acervo do SNI foi entregue pelo professor e mestre em história Grimaldo Zachariadhes, que integrou a Comissão de Altos Estudos do projeto Memórias Reveladas do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, entre 2012 e 2014, e atualmente coordena o Núcleo de Estudos Sobre o Regime Militar.
Todos os arquivos foram recebidos pelo presidente da Comissão Estadual da Verdade e serão disponibilizados juntamente com o relatório final da comissão, que tem previsão de lançamento para dezembro deste ano.
Dentre os arquivos estão relatórios dos agentes do SNI, constando inclusive informações sobre professores, estudantes, políticos e até mesmo dos jornais que circulavam na Paraíba durante aquele período.
Parabéns Edgley Lemos pelo registro e divulgação de evento tão importante. Os documentos doados para a CEVPM-PB irão contribuir para esclarecer várias questões sobre a história da Paraíba, durante a Ditadura Militar.
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