sábado, 23 de abril de 2016

Comissão da Verdade da Paraíba publica nota de repúdio a Jair Bolsonaro

Descrição para cegos: a imagem mostra
fotos do período ditatorial ao fundo e o
título "Comissão Estadual da Verdade"
seguido pelo brasão do Governo da Paraíba.


A Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória do Estado da Paraíba publicou quarta-feira (20) uma nota de repúdio à postura do deputado Jair Bolsonaro (PSC – RJ) na votação para o prosseguimento do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseuff, ocorrida no último domingo (17). Na nota, a Comissão ressalta a necessidade de providências na Câmara dos Deputados e por parte do Ministério Público Federal para punir o deputado. Leia a nota abaixo (Samara Mello).



Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória do Estado da Paraíba
NOTA DE REPÚDIO

A Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória do Estado da Paraíba vem tornar público seu repúdio à postura do Deputado Jair Bolsonaro, do Partido Social Cristão do Rio de Janeiro, que, em seu voto a favor do impeachment da Presidenta Dilma Vanna Rousseff (ou Golpe de Estado sem as baionetas até agora), dedicou seu voto ao Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do Destacamento de Operações Internas (DOI-CODI) entre 1970 e 1974.


O Coronel Ustra é responsável por vários sequestros e assassinatos, como o do militante comunista Carlos Nicolau Danielli, morto nas dependências do DOI-CODI de São Paulo. Também foi acusado por centenas de presos e presas políticos por torturas cruéis, como choque elétrico, abuso sexual contra presas, pau de arara, espancamento, etc.
Esta Comissão Estadual da Verdade oficiou, em maio de 2014, à Comissão Nacional da Verdade, que colheu o depoimento do paraibano Martinho Campos, da direção nacional do Partido Operário Revolucionário Trotskista (PORT), no qual ele afirmou ter sido torturado pelo Coronel Ustra, em 14 de abril de 1972, nas dependências do DOI-CODI de São Paulo.
Fere a dignidade humana ouvir de um parlamentar fazer a apologia à tortura que foram vitimadas milhares de presos políticos durante o regime civil militar, além da exaltação que fez a um reconhecido torturador que estava sendo denunciado pelo Ministério Público Federal, devido aos bárbaros crimes de lesa-humanidade, praticados pelo Coronel Ustra.
A Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória do Estado da Paraíba espera que a Câmara Federal e o Ministério Público Federal tomem todas as providências cabíveis para punir o Deputado Jair Bolsonaro por apologia ao crime de tortura e enaltecimento a torturadores.

João Pessoa, 19 de abril de 2016.

Paulo Giovani Antonino Nunes
Presidente

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