Descrição para cegos: Foto antiga de Nego Fuba vestindo um paletó e com um bigode. |
Com a finalidade de rememorar o movimento das Ligas
Camponesas e sua ligação com o município de Sapé, a professora de História Áuclia
de Lucena Gomes, que leciona no prédio da escola Gentil Lins, onde foram
realizadas as primeiras reuniões das Ligas de Sapé, resolveu criar junto com
seus alunos, em uma das salas localizada no pátio em que os trabalhadores se
reuniam, um canal de acesso direto a fotos, textos e criações artísticas
fazendo alusão ao movimento. O ambiente, que agora é memorial e sala de aula ao
mesmo tempo, recebeu o nome de "Memorial Nego Fuba", em homenagem a
um dos líderes das Ligas, e também desaparecido político pela ditadura militar.
Em meados de 1958, a cidade de Sapé, distante 55 km da
capital João Pessoa, ensaiava os primeiros passos do que viria a ser um dos
movimentos de maior cunho popular do país: as Ligas Camponesas. Sob comando do
trabalhador rural João Pedro Teixeira e com a finalidade de promover a reforma
agrária, o movimento logo tomou maiores proporções e repercutiu em vários
estados do Brasil.
Além de receber apoio por parte de muitos
parlamentares, a exemplo de Assis Lemos, na época Deputado Estadual, e Miguel
Arraes, Governador de Pernambuco, as Ligas Camponesas ganharam forte respaldo
popular, fomentando as práticas de educação e alfabetização para uma massa de
quase 80% de analfabetos.
Situado em Sapé, o Memorial atrela práticas educativas
ao resgate da cultura local e, junto com o Memorial das Ligas Camponesas,
também localizado naquela cidade, forma um amplo ambiente de discussões
históricas.
Normando Junior
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