Por Marina Ribeiro
Criado como um
“jornal de jornalistas”, sem a figura de um patrão, o jornal Movimento foi um dos mais importantes
exemplos da imprensa alternativa na época da ditadura militar. Foi idealizado
por alguns profissionais que haviam trabalhado em outro semanário alternativo,
o jornal Opinião. Raimundo Rodrigues
Pereira era seu editor-chefe e sua sede ficava na capital paulista. A primeira
edição, que chegou às bancas em 7 de julho de 1975, contou com 70 colaboradores.
Assim como os outros
veículos que faziam explícita oposição aos militares, Movimento sofreu censura prévia, censura essa que durou três anos e
estima-se que tenha vetado mais de 3 mil artigos.
O jornal divulgou e
defendeu movimentos populares e campanhas, como a da Assembleia Nacional
Constituinte, e suas reportagens eram muitas vezes enviadas ao Serviço Nacional
de Informações (SNI). Dentre suas 334 edições, cinco foram confiscadas nas
bancas.
Crises internas
somadas a ameaças e atentados por grupos de extrema direita decretaram o fim do
semanário em novembro de 1981. Movimento
teve um papel significativo de divulgar artigos e reportagens que encorajaram a
luta pela democracia.
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