sábado, 18 de novembro de 2017

“Movimento” – um jornal pela democracia

Descrição para cegos: capa do jornal “Movimento”. Nela, há uma foto de um homem olhando diretamente para a câmera e acima a manchete “Como desapareciam os mortos da tortura”. Ao lado da foto, estão chamadas de outras matérias. Sobre o nome do jornal, há uma tarja preta onde se lê “Governo ganha por um triz”.
Por Marina Ribeiro

Criado como um “jornal de jornalistas”, sem a figura de um patrão, o jornal Movimento foi um dos mais importantes exemplos da imprensa alternativa na época da ditadura militar. Foi idealizado por alguns profissionais que haviam trabalhado em outro semanário alternativo, o jornal Opinião. Raimundo Rodrigues Pereira era seu editor-chefe e sua sede ficava na capital paulista. A primeira edição, que chegou às bancas em 7 de julho de 1975, contou com 70 colaboradores.

Assim como os outros veículos que faziam explícita oposição aos militares, Movimento sofreu censura prévia, censura essa que durou três anos e estima-se que tenha vetado mais de 3 mil artigos.
O jornal divulgou e defendeu movimentos populares e campanhas, como a da Assembleia Nacional Constituinte, e suas reportagens eram muitas vezes enviadas ao Serviço Nacional de Informações (SNI). Dentre suas 334 edições, cinco foram confiscadas nas bancas.
Crises internas somadas a ameaças e atentados por grupos de extrema direita decretaram o fim do semanário em novembro de 1981. Movimento teve um papel significativo de divulgar artigos e reportagens que encorajaram a luta pela democracia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário