Descrição para cegos: montagem com fotos das
três vítimas e, abaixo de cada foto, o nome de uma delas. Foto:
jornalistas.org.br
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Por Marina Ribeiro
Avenida Suburbana 8.985, número 72, bairro de
Quintino, Rio de Janeiro. Ali, em 29 de março de 1972, agentes do DOI-Codi
foram recebidos a tiros ao entrar em um aparelho subversivo da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares
(VAR- Palmares). Revidando em legítima defesa, os agentes mataram três
militantes. Essa foi a versão oficial do Departamento de Ordem Política e
Social (DOPS) na época. Porém, mais de 40 anos depois, a verdade veio à tona.
Em um trabalho realizado pela Comissão
Estadual da Verdade do Rio de Janeiro em 2013, com a coleta de depoimentos de
vizinhos e o acesso aos laudos cadavéricos, foi descoberta a farsa montada pela
polícia.
Não havia resquícios de pólvora nas mãos das
vítimas, contrariando, portanto, a hipótese de que os agentes teriam sido
recebidos a tiros; além disso, no corpo de uma delas, havia indícios de
tortura. Pessoas que moravam próximo relataram que os agentes ficaram em um
terreno em frente à casa desde o fim da tarde, horas antes do ocorrido –
segundo os mesmos depoimentos, entre 9 e 10 horas da noite, os militares
pediram aos outros moradores que ficassem longe das janelas e então, os tiros
começaram.
Antônio Marcos Pinto de Oliveira, Maria
Regina Lobo Leite de Figueiredo e Lígia Maria Salgado Nóbrega não estavam
armados e foram covardemente assassinados. Agora, graças à Comissão da Verdade,
sabe-se que não foi “legítima defesa”, e sim “chacina”.
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