Descrição para cegos:
capa do disco Pelas Ruas,
de Carlinhos Vergueiro, na qual aparece seu rosto
em
close.
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Por Rebeca Neto
Os anos 60 marcam o ponto alto da Música
Popular Brasileira. A crise política que o país enfrentava e a intensa
repressão foram o terreno fértil em que floresceram artistas que são, hoje,
consagrados.
Em 1977, em parceria, Carlinhos Vergueiro e
J. Petrolino, compuseram uma música que revive esse grande momento da MPB. Conhaque retoma os tempos de festivais
da canção popular do final dos anos 60 e de confrontos políticos. Para isso, os
autores trabalharam a canção fazendo referências às músicas que marcaram a
época.
Como uma bebida quente sendo tomada num
rigoroso inverno, Conhaque retrata um
tempo de vândalos nas madrugadas, de alegrias, travessias e correrias
desesperadas: a Ditadura.
“Era
um tempo de bandas e disparadas
De
vândalos nas madrugadas
De
alegrias e travessias e correrias desesperadas”
Neste curto trecho, os compositores
conseguem resgatar A Banda, de Chico
Buarque, lançada em 1966; Alegria,
Alegria, de Caetano Veloso, de 1967; Disparada,
composta por Geraldo Vandré e Théo Barros, em 1966; Travessia, de Milton Nascimento e Fernando Brant, de 1967.
“Dois
dedos, dois dedos, dois dedos
De
uma bebida forte
Dois
dedos, dois dedos, dois dedos
Um
da vida, outro da morte”
Nesta estrofe, J. Petrolino e Carlinhos
Vergueiro fazem alusão à canção de Chico Buarque e Gilberto Gil, intitulada Cálice (Cale-se). Esta foi escrita em
1973, mas teve problemas com a censura e só foi lançada cinco anos depois.
Nos últimos versos, a música reitera que é
possível resistir, mesmo em tempos de repressão:
“Apesar do nervosismo, resta um pouco de
cinismo”
Confira a música:
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