Descrição para
cegos: foto do cantor e compositor
Taiguara sorrindo para a câmera, com a cabeça
e
um dos ombros
apoiados em uma janela.
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Por Rebeca Neto
No dia 19 de abril, Moína Lima, filha do cantor Taiguara, escreveu uma carta aberta para pessoas que criticaram seu posicionamento político. No texto, Moína narrou algumas das experiências vividas derivadas das perseguições ao seu pai, as quais, segundo ela, foram importantes construções na sua formação sobre o tema. Com orgulho, afirmou que é filha de comunista, também é de esquerda e que assim continuará.
Taiguara Chalar da Silva teve, aproximadamente, 70 de suas canções vetadas pelo Departamento de Censura Federal. Ele foi, comprovadamente, o autor de MPB mais perseguido da ditadura. Nascido no Uruguai, poucas vezes Taiguara pôde se firmar em um local. Recife, São Paulo e Rio de Janeiro foram alguns dos lugares que o abrigaram, enquanto não descobriam os novos refúgios.
Taiguara Chalar da Silva teve, aproximadamente, 70 de suas canções vetadas pelo Departamento de Censura Federal. Ele foi, comprovadamente, o autor de MPB mais perseguido da ditadura. Nascido no Uruguai, poucas vezes Taiguara pôde se firmar em um local. Recife, São Paulo e Rio de Janeiro foram alguns dos lugares que o abrigaram, enquanto não descobriam os novos refúgios.
Ele viveu duas vezes o auto exílio. O
primeiro deles ocorreu em 1973, ano em que decidiu não se apresentar mais, como
forma de protesto contra a censura. Dessa vez, seu destino foi a Inglaterra,
onde lançou o primeiro disco de um brasileiro censurado no próprio país, cujo
título é Let the Children Hear the Music.
A segunda vez em que Taiguara deixou seu lar foi em 1976, pouco tempo após
voltar de seu primeiro auto exílio. Ele, então, passou anos viajando pela
África e Europa.
Em 1983, quando finalmente retornou,
continuou decidido a não cantar em público enquanto o Brasil não vivesse a
democracia e, assim, passou a militar politicamente em busca desse sonho. No
entanto, pouco tempo depois, foi convencido por alguns amigos de que o melhor
protesto que poderia fazer era a música. Taiguara, portanto, cantou o seu
grande sonho: Canções de Amor e Liberdade,
álbum originalmente lançado naquele ano.
A canção Moína me Sorriu, daquele mesmo disco, não deixa dúvidas quanto à
mensagem que Taiguara gostaria que sua filha compreendesse. Com apenas sete
anos, Moína ouviu seu pai cantar que “é preciso ferir” e “não abrir mão do
ideal de um mundo igual”. Hoje, ela lhe sorri defendendo seus ideais.
Taiguara morreu por
falência múltipla de órgãos, em decorrência de um câncer na bexiga, aos 50 anos.
Tempo suficiente para gravar mais de 140 músicas, dentre as quais Hoje, Teu Sonho Não Acabou, Universo
no Teu Corpo, Viagem, Cavaleiro da Esperança, Estrela Vermelha e Paz do Meu Amor. Apesar da morte precoce, ele fez do seu sonho uma
herança, não somente para seus filhos, mas para um Brasil que tem sede de
igualdade.
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