quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Livro propõe discutir a ditadura na sala de aula

Descrição para cegos: livro "Direito à memória e à verdade: Saberes e praticas docentes" a capa contém uma jaula arrebentada e uma pomba voando

Por Marina Cabral

Na última quinta-feira (25), foi lançado na UFPB o livro Direito à memória e à verdade: Saberes e práticas docentes, elaborado pelas professoras Lúcia de Fátima Guerra Ferreira, Maria de Nazaré Tavares Zenaide e Vilma Lurdes Barbosa e Melo, com a colaboração de Márcia de Albuquerque e Carmélio Reynaldo Ferreira e ilustrações por Flávio Tavares.

A obra faz parte do programa Memória, Justiça e Direitos Humanos do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da UFPB que, em atendimento às demandas do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), consiste em material de apoio didático para capacitação de educadores, com foco na Paraíba. O livro, além da parte de fundamentação, propõe atividades para se trabalhar o tema Ditadura Militar na escola envolvendo arquivo, biblioteca, cinema, cordel, depoimento, desenho, memorial, música e teatro.
O lançamento contou com a participação de docentes da UFPB convidados para avaliarem a obra a partir da sua área de conhecimento.
A professora Dadá Martins, do Departamento de Metodologia da Educação, destacou como a obra é didática, leve e capaz de instigar docentes a trabalhar o assunto. Ela demonstrou como o tema poderia ser abordado em aulas de Geografia, discutindo questões ligadas ao espaço e as marcas que a ditadura deixou.
O professor do Departamento de História Elio Flores enfatizou as sequências didáticas presentes no livro. Para o educador, a construção de perfis biográficos e uma narrativa da história são passos a serem tomados numa sala de aula.
Para a professora Eliana Vasconcelos, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, o ensino básico é carente na temática da ditadura. Ela ressaltou que, embora a obra não seja um receituário, abre espaço para o debate, sugerindo a análise dos discursos da época.
Para a professora Maria Azevedo, também do Departamento de Metodologia da Educação, lidar com a ditadura e matemática é um desafio, contudo, o livro abre espaço para trabalhar com a organização de dados, informações e a construção das relações espaço-temporal.
Por fim, a professora Tereza Queiroz, do Departamento de Ciências Socias, enfatizou o ato de resistência do livro em si e a importância de manter acesa a memória da ditadura.

A obra faz parte de uma das metas de um programa de extensão aprovado pelo Ministério da Educação em 2014. Sua próxima fase consistirá de oficinas em municípios que tiveram representação de resistência na ditadura militar. Os laboratórios funcionarão em sete cidades da Paraíba com a colaboração de ex-alunos e orientandos das autoras, ajudando profissionais das redes estadual e municipais. Os municípios contemplados são Areia, Cajazeiras, Campina Grande, Catolé do Rocha, João Pessoa, Rio Tinto e Sapé.

Nenhum comentário:

Postar um comentário