sexta-feira, 6 de junho de 2014

Índio não ‘querer’ apito, índio ‘querer’ direitos: A história do Relatório Figueiredo

Descrição para cegos: Exposição do Memorial dos Povos Indígenas em Brasília com fotos nas paredes e artesanatos.
Foto: Polyanna Gomes
Quando estávamos no ensino fundamental e o professor fazia a pergunta “Quem descobriu o Brasil”? Todos gritavam “Pedro Álvares Cabral”. Sim, talvez tenha descoberto mesmo, mas o Brasil já tinha donos e estes não usavam roupas europeias, não tinham a pele branca e nem sequer sabiam o sentido da palavra “Descobrimento”.

Diversos povos indígenas habitavam o Brasil muito tempo antes da chegada dos Portugueses em 1500. Cada povo possuía sua própria cultura, religião e costumes. Viviam da caça, pesca e agricultura e tinham contato com a natureza. Os índios viviam em tribos e tinham na figura do cacique o chefe político e administrativo.

Mas... eis que eles descobriram o sentido da palavra descobrimento: foram enganados, explorados, escravizados e, em muitos casos, massacrados pelos portugueses. Perderam terras e foram forçados a abandonar sua cultura em favor da europeia.

Os tempos passaram, mas a situação indígena não ficou assim, tão diferente...

Entre os anos de 1967 e 1968, uma comissão organizada pelo Ministério do Interior havia concluído um relatório sobre irregularidades no Sistema de Proteção ao Índio (SPI). O documento ficou reconhecido como Relatório Figueiredo, por causa do nome de seu coordenador, o procurador Jader de Figueiredo Correia. Nesse relatório constavam inúmeros abusos de poder contra os indígenas. Havia exploração ilegal da terra e do trabalho indígena, e situações de escravidão. O procurador Figueiredo encontrou prisões malcheirosas e constatou castigos físicos, torturas e humilhações, produzidas pelos responsáveis pelos postos indígenas.

O site do jornal O Globo do Rio de Janeiro, publicou um texto do professor Carlos Augusto da Rocha Freire, doutor em Antropologia Social e coordenador de Divulgação Científica do Museu do Índio, relatando a história do documento e as memórias dos povos indígenas.

         

Polyanna Gomes

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